Hatha-Yóga

Ha (sol) e Tha (lua), são respectivamente o pólo positivo e negativo, as duas forças que quando em equilíbrio geram o cosmo e quando em desequilíbrio, criam o caos.

A prática do Hatha Yóga é feita através de pranayamas (exercícios respiratórios), ásanas (posturas psico-físicas), concentração e relaxamento, que buscam o cuidado minucioso do corpo humano e de todas suas funções – desde a respiração até os processos metabólico, circulatório, digestivo e eliminatório.

Os métodos utilizados são inteiramente diversos das outras modalidades de cultura física, pois seu objetivo é, em primeiro lugar, o de remover as verdadeiras causas das moléstias, tais como: oxigenação insuficiente, alimentação inadequada e a toxidez produzida pela má eliminação dos restos orgânicos.

Em segundo lugar, tonifica os músculos, o sistema circulatório, as glândulas e os órgãos internos, equilibrando a pressão, removendo a fadiga e aumentando a qualidade de vida no processo de envelhecimento.

Finalmente, através da respiração rítmica, concentração, relaxamento e regulação das funções metabólicas, pode-se aumentar a capacidade mental e aguçar os sentidos, orientando o homem para que se compenetre de sua natureza espiritual.

Quem pode praticar

Qualquer pessoa, a partir dos sete anos de idade, pode praticar. A única restrição que deve ser observada e respeitada é a condição física e as possibilidades de cada um.
Toda prática deve ser realizada com moderação, bom senso e muita tranqüilidade.

Benefícios

Como muitas formas de exercício, o Hatha-Yóga efetivamente alonga e fortalece o corpo. Contudo, os maiores benefícios vêm dos profundos efeitos que exerce sobre os sistemas internos do corpo. Ao respirar, alongar, torcer e flexionar o corpo nas diversas posturas, damos um verdadeiro “banho” em nossos órgãos internos, com sangue oxigenado e vitalidade.

O Hatha Yóga flexibiliza e tonifica os nervos e regulariza o sistema endócrino, que é o responsável pela produção de hormônios uma das chaves para saúde física e mental.
A prática de Hatha-Yóga também melhora a digestão e eliminação, fortalece o sistema respiratório e, mais importante, é extremamente eficaz no alívio de stress - a praga da sociedade moderna.

Os 4 elementos formais do Hatha-Yóga

Em toda prática de Hatha-Yóga, devem intervir estes quatro elementos:

1 – Ásana
2 – Pranayama
3 – Relaxamento
4 – Atitude mental

Ásana ou postura física

Conta a tradição indiana que o Hatha-Yóga foi ensinado pelo deus Shiva à sua esposa Parvati, o Hatha- Yóga, incluindo os ásanas em número igual ao de todas as espécies de seres vivos que existem na terra, sendo no entanto, transmitidas 84 posturas.

A função dos ásanas é mexer com os músculos, articulações e órgãos que raramente se movimentam, proporcionando excelente flexibilidade, exercendo ação sobre vísceras e glândulas, estimulando funcionamento dos órgãos internos e proporcionando uma alteração e amplitude da sensibilidade interna.

A prática dos ásanas

Um dos pontos mais importantes nesta prática de Yóga é a permanência progressivamente prolongada em determinadas posturas.
Outra característica importante é que a extrema lentidão na execução do movimento ajuda a coordenar, de maneira cada vez mais consciente, a mente com o músculo, beneficiando portanto, todo o sistema nervoso.
Apesar de que no princípio o adepto terá de fazer um esforço maior, ele não deve nunca forçar o corpo e deve respirar sempre com suavidade e profundamente, somente pelas narinas.

Pranayama ou respiração correta

Pranayama é o termo sânscrito para as técnicas respiratórias yogues. É composta de prana, que significa respiração, alento, energia vital e ayama, que significa pausa, retenção, levando literalmente ao sentido de retenção do alento.

Como nenhuma célula do corpo humano pode viver sem oxigênio, o ato de respirar de forma irregular ou deficiente, altera muito a vitalidade. Portanto, para controlar a incessante atividade mental, o estudante de Yóga deve aprender a regular a respiração.

O Prâna também apresenta o fenômeno da polaridade. Seu pólo positivo é chamado de Ida e o negativo de Pingala.
É importante ressaltar que os conceitos “positivo” e “negativo” não têm a conotação habitual do Ocidente, ou seja, de alguma coisa boa ou ruim, mas sim, as duas polaridades essenciais que geral a energia e o movimento, possibilitando a dinâmica da vida.

Formas e efeitos da respiração

A respiração profunda se compõe de quatro unidades:

1) Puraka (aquilo que enche, inalação)
2) Kumbhaka
(estado firme de plena distensão dos pulmões)
3) Rechaka
(exalação)
4) Shunyaka
(o estado de vazio).

Manter o ar fora dos pulmões, durante um breve período, é tão importante na respiração yogue, quanto reter o ar depois de uma inalação profunda.

Importante: nunca se deve prender a respiração a ponto de incomodar.

Relaxamento consciente

Para que o relaxamento possa ser completo é preciso que haja duas condições básicas:

a) a cessação de toda atividade mental
b) não perder a consciência em nenhum momento.

Para que essa prática surta melhores resultados, é preciso que as sensações físicas sejam as mais favoráveis e os estado emocionais estejam tranqüilos, para que o corpo possa ser completamente “esquecido”.
Para se conseguir um bom relaxamento consciente é necessário:

- Esforço consciente
- Respiração consciente
- Mente controlada
- Atitude mental correta


Quando a mente está suficientemente unificada e dirigida para um único alvo, ocorre uma comutação de consciência pela qual o yogue se torna capaz de apreender a natureza essencial do objeto de sua meditação. Este estado é conhecido como êxtase (samadhi).