Jnana-Yóga

Distinguem-se normalmente três vias de Yóga que mantêm íntima ligação entre si: a da Ação (Karma-Yóga), a do Amor (Bhakti-Yóga), e a do Conhecimento (Jnana-Yóga).

A palavra Jnana, derivada da raiz sânscrita “Jna”, significa conhecimento, discernimento, e o composto Jnana-Yóga é usado no sentido de investigação intuitivo-filosófica, podendo ser entendido como o “Yóga do Conhecimento Absoluto”.

Investigadores da Verdade

De acordo com o Jnana-Yóga, a matéria, a mente, o intelecto, os poderes dos sentidos, os nomes e as formas são apenas manifestações aparentes desta substância única que é chamada, em sânscrito, de Brahman.
O Ego individual, é divino em sua essência e este verdadeiro Ego é chamado , em sânscrito, de Atman.
O grande trabalho desta linha do Yóga é estabelecer a ponte entre o conhecimento desta unidade Atman (ou realidade subjetiva) com Brahman, a Substância Absoluta, , dissipando as trevas da ignorância, designadas de Avidya (fonte do falso conhecimento, do egoísmo) que estabelecem a prisão ao eu inferior e ao mundo.

As sete etapas

O Jnana-Yóga exige de seus seguidores sete qualificações:

1) O discernimento (Viveka), que permite compreender as 3 realidades:

a) realidade de aparência
b) realidade empírica
c) realidade absoluta

2) A renúncia (Vairagya) – desinteresse por todos os objetos de prazer e frutos do
trabalho, que podem ser obtidos neste vida ou após a morte

3) A austeridade (Tapas) – composta de 6 tesouros:

a) Tranqüilidade (çama)
b) Auto controle (dama)
c) Controle da mente (uparati)
d) Tolerância (titiksa)
e) Contemplação (samadhana)
f) Fé (çraddha)

4) A liberação (Mumuksutva) - desejo de libertar-se de todas as formas de servidão

5) A audição (Çravana) – escutar com muita atenção as instruções de um mestre qualificado

6) A reflexão (Manana) – refletir constantemente nesses ensinamentos

7) A meditação (Nidid-hyasana) – meditação constante sobre as doutrinas reveladas pelo mestre ou pelas escrituras

Conclusão

O Jnana-Yóga é para homens que já se desapegaram dos bens materiais, do êxito, das honrarias, etc. E cujo único desejo é saber o que eles próprios são na realidade, qual é sua verdadeira natureza, e que relação existe entre suas almas, Deus e o Universo.

Nem prazer, nem sofrimento, nem bem, nem mal tocam o Conhecedor de Brahaman e a morte não afeta mais o Jnana Liberado, como a queda de uma folha não afeta a árvore no outono.